We Love Detroit - Derrick May & Jimmy Edgar

  • "A alma não é algo que tenha um código postal", disse recentemente um blogger, sobre a noção de que Detroit detém o segredo da Alma do techno. Talvez seja assim. Mas é indesmentível que a tal alma do techno tem passado pelo menos uma boa parte do seu tempo para os lados da cidade sobre os Grandes Lagos, nos últimos 30 anos. De tal forma que, se é possível imaginar que o techno podia existir sem Detroit, ele não seria o mesmo sem Detroit. Aliás, a música electrónica, ela mesma por inteiro, não seria o que é, sem a Alma de Detroit. É por isso que, dos EUA ao Japão, passando por Berlim, Londres ou Ibiza, "a cena que se celebra a si mesma", não se celebra sem relembrar a Motor City. E foi precisamente em Ibiza que nasceu o conceito que preside a esta noite no Lux, quando o club Space e a promotora We Love... convidaram dois fundamentais nomes do passado, presente e futuro da cidade, a capturar em compilação musical um instantâneo a preservar para a posteridade, do som de Detroit e da míriade de outros sons que dele descende, o "Innovator" Derrick May e o sex-funk fiend Jimmy Edgar. Para Derrick May, é difícil encontrar palavras que façam justiça ao seu legado e influência nas formas de música que tantas vezes escutamos nas pistas. O homem a quem se credita a descrição do techno como "Kraftwerk e George Clinton a fazerem música juntos num elevador" e que engendrou a definição sonora de um género com "Strings Of Life" e o levou a outro nível com faixas como "Icon", nem sequer precisou de manter um registo de produções para além dos inícios dos anos 90 para, enquanto DJ, label owner da mítica Transmat, e "voz da consciência" do techno, fazer sentir a sua presença noite após noite, mundo fora, em qualquer lado onde o techno se faça ouvir. O trabalho já tinha sido feito enquanto muitos ainda lhe aprendiam os seus rudimentos, e se a perfeição não existe, ele já lá tinha chegado tão perto e tão depressa, que mais não se tornou preciso do que saber preservar e honrar esse legado como o tem feito. E é por isso que não espanta que ainda há quem diga que a sua vinda anterior ao Lux, em 2007, permanece como uma das melhores noites de sempre desta casa. E preservar e fazer avançar esse legado é uma boa parte daquilo que tem sido o trabalho de Jimmy Edgar. Além de uma verdadeira "personagem" da cena electrónica actual, na sua postura, está um talento inusitado para combinar techno, house, electro e sons mais britânicos numa miscelânea indubitavelmente sua, que não esquece o elemento transgressor e de escape (mais hedonista ou mais realista) de vivências duras e exigentes como as de Detroit, e recombina-os com o que resultou da arte de predecessores como May, ditando pistas adicionais para o que será uma influência inescapável de uma cidade que teima em fazer palpitar o coração de dancefloors por todo o mundo, como o Lux testemunhou quando Jimmy se revelou como a surpresa maior da Green Ray que aqui recebemos sob a égide da Crosstown Rebels, recentemente. We Love... Detroit é assim, além da compilação que resultou da junção das perspectivas destes dois artistas, a afirmação e mote a que o Lux também também junta a sua voz nesta noite. Por umas horas, também Lisboa é Detroit. - Nuno Mendonça
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