Green RAY*13 - Lux Curated by Four Tet

  • FOUR TET Four Tet é o urbano e o místico, o sólido e o etéreo ao mesmo tempo. Deixarmo-nos cativar pela sua música é aceder ao desafio de pôr de lado o expectável e saltarmos para o caleidoscópio onde vai reunindo as peças do puzzle, calmamente juntando pedaços, propondo as suas visões. É com ele que podemos, por exemplo, ouvir tribalismo a passear pelas ruas cinzentas de Londres, a encontrar mais em comum que de diferente, celebrando não só o ritmo mas todos os pormenores e subtilezas que tornam o seu trabalho tão especial. Em actividade há mais de uma década, foi em 2009 com o EP “Love Cry” que Kieran Hebdan se aproximou declaradamente ao aconchego das pistas de dança e a um público que até agora talvez o desconhecesse. Tanto em “Love Cry” como na sua colaboração com o misterioso e prolífico Burial, “Moth / Wolf Cub”, podemos sentir as sequelas do Dubstep numa transformação que ditou tendências. Também as edições seguintes quebraram barreiras de género, com destaque à segunda colaboração com Burial, (“Ego / Mirror”) a que Thom Yorke emprestou a voz, e com “Pyramid” andou nos nossos ouvidos meses a fio - ainda a conseguimos recordar a fazer tremer o piso térreo do Lux. É para isso que ele regressa agora – para fazer tremer as fundações. Não só as estruturais mas também as nossas, enquanto ouvintes. Ele, que nunca se escondeu a beber das mais variadas fontes, também não tem vergonha de o fazer na hora de escolher a mala de discos. House, Dubstep (ou pós-dubstep, se quisermos ser preciosistas), Techno, 2-Step, Garage, Dub, tudo se funde pelas mãos de Kieran Hebdan, em misturas enérgicas que declaram que sim, ele (também) nasceu para a pista de dança. Estende-nos uma manta de retalhos que nunca fogem às linhas que os cosem, um fio condutor jamais esquecido e um sentido que, embora nos possa deixar a questioná-lo, não tarda em revelar-se naqueles momentos eufóricos em que tudo parece fazer sentido exactamente como é. Quem nunca esteve agarrado ao normal e à norma instituída, pode nem sequer saber que está a quebrá-la. E é isso que podemos esperar de Four Tet enquanto DJ: música que contesta todas as regras menos uma - fazer-nos dançar. - Inês Duarte FLOATING POINTS Ainda nem tem 30 anos e Sam Shepherd já é um cientista. Esperem, não pensem já que a seguir vão ler que é um cientista musical. Na verdade também o é, mas Sam é neurocientista. Parece fazer todo o sentido, então, que a sua música tenha o dom de nos activar ligações neuronais da maneira que activa. Diz a ciência que retiramos mais prazer da escuta da música que nos estimula a cada segundo, não nos deixando cair em aborrecimento. Dizemos nós que Floating Points é a banda sonora perfeita à luz desta evidência. Tem formação musical clássica, compra discos desde os 13 e fala abertamente contra a cultura do DJ que vira produtor por necessidade de exposição, ou vice versa. Talvez isso explique a sua paixão tanto pela música que compõe como pela que passa horas a pesquisar. O talento para encontrar verdadeiras relíquias perdidas é-lhe conhecido e gabado. Conhece de gingeira o seu vinil e onde estão as imperfeições que, no fundo, tudo tornam mais real. Esta faceta de “digger” contribuiu para se estabelecer como um dos nomes da nova geração a ter em conta, bastando dar uma olhada rápida à sua agenda para ver que é pelo mundo todo que leva a mala de discos a passear. Numa recente viagem ao Brasil, por exemplo, voltou a casa com mais 90 discos. E quando queremos saber de referências, não é com espanto que a resposta inclui Marcellus Pittmann, Theo Parrish ou Gilles Peterson. Com edições na R2 Records, Planet Mu e na Eglo Records, que dirige em conjunto com Alexander Nut, traz-nos House, Techno e Bass Music que sem surpresa encontraram o seu caminho até às mãos de DJs como Burnski, Cosmin TRG, Shadow Dancer ou Ben UFO. Como DJ, é uma máquina de surpresas bem afinada. É injusto compartimentá-lo: Sam é verdadeiramente global, e a música que toca é a prova disso. Não é incomum encontrá-lo a tocar apenas singles de 7 polegadas, e as suas escolhas podem cair bem para além do mais convencional. Soul, Funk, World Music, Boogie e Disco aliam-se aos mais contemporâneos ritmos quatro-por-quatro. Ele sabe que “ritmo” não é sinónimo de “monótono”, sabe que a música é demasiado vasta para se reduzir a uma ou duas vertentes da mesma. Mostra-nos as suas escolhas com orgulho, com a vontade de partilha que só a paixão justifica. E junto com os discos ainda faz viajar habitualmente uma mesa de mistura com a qual os prefere ir colando. Se isto não é dedicação, então não sabemos o que é! - Inês Duarte OMAR SOULEYMAN Omar Souleyman é dos nomes mais emblemáticos e exuberantes de todo o novo olhar que, graças a editoras como a Sublime Frequencies, o Ocidente passou a ter sobre a realidade que não aparecia nem em televisão, nem em lojas de discos, e na internet só em línguas que não sabemos ler. Omar começou por ser uma estrela da música popular da sua Síria natal mas hoje é uma estrela pop global em ascensão, sendo dos nomes mais requisitados para levar o seu apelidado ‘Syrian Techno’ aos horários nobres nos mais prestigiados festivais urbanos e de Verão europeus. Com uma carreira a rondar os 20 anos, contabilizam-se já para cima de meio milhar de cassetes editadas, muitas das quais gravações pirata de actuações suas no circuito da música ao vivo em casamentos no Médio Oriente, anos a fio onde edificou a sua fama. Trabalhando desde o Dabke (música de dança folclórica regional), acompanhado de um indescritível som de teclado em escalas arábicas infernais, emprega também orquestrações de metais, cordas e percussão. Paralelamente, tem constantemente procurado explorar formas de canto improvisado tradicional, de pendor mais meditativo. ‘Wenu Wenu’ é o nome do novo disco, e o primeiro gravado num estúdio profissional, que contou com a produção de Kieran Hebden (Four Tet). - André Ferreira ACID ARAB O dedilhar hipnótico do oud sobrepõe-se à ondulação grave dos sintetizadores e a batida 4/4 alinha-se com o magnetismo da darbuka. ACID ARAB pega na frieza da música minimal, orientaliza-a e devolve-a no seu estado delirante. Os dois DJs parisienses colecionadores de "música do Oriente" cruzam os seus achados com acid house e techno, fazendo valer esta apropriação cultural graças à sua propulsão para induzir o transe, tornando obsoleta a divisão Este/Oeste. O estado de êxtase suscitado pelas origens musicais que os movem - de Mumbai ao Cairo, os anos 80 de Chicago ou Manchester - é referenciado na série de EPs que têm vindo a editar, as ACID ARAB COLLECTIONS, onde podemos encontrar Crackboy numa mistura gutural de Omar Souleyman, a sinfonia celestial “Cosmique Arabe" de Boys in the Oud’s, ou ainda "Sidi Gouja", homenagem a um musicólogo Tunisino que replica ritmos árabes complexos numa odisseia em Roland assinada pela dupla de Djs. Guido Minisky e Hervé Carvalho (a par de Sex Schön no estúdio), residentes de longa data do infame clube parisiense Chez Moune, apaixonaram-se por este universo sonoro depois de uma viagem à Tunísia. Desde então, a pista de dança transformou-se num espaço que se expande, viajando muito além do céu do deserto. - Syma Tariq
    • Administrador del evento
      LuxFragilActualiza el evento
    • Última actualización
      11 years ago
    • Enlaces promocionales
    • Coste
      15€
    • ¿Hubo algún problema con el evento?
      Ponerse en contacto con el servicio de asistencia de RA tickets
  • Green RAY*13 - Lux Curated by Four Tet - Página frontal
RA